Texto publicado na Coluna do Autor (Coluna Gestão) no Fato Amazônico (www.fatoamazonico.com.br)
Alcançar o bem-estar
social e o desenvolvimento econômico de uma nação não é tarefa fácil. Isso depende da combinação de inúmeros fatores
como recursos naturais, clima, temperatura, localização geográfica, perfil
populacional (cultura/educação) e ideologia político-administrativa. Conforme
se vê, não há fórmulas mágicas. Não existe uma combinação perfeita. Cada um se
vira como pode.
Porém, nesse difícil
tabuleiro de xadrez muitas nações encontraram sua vocação. Alemanha, Japão, EUA
e Dinamarca estão entre elas. Foram capazes de proporcionar às suas populações
excelentes níveis de serviços públicos, além de gerarem renda e emprego muito
acima da média mundial.
Conquanto não haja uma
“receita de bolo”, a história econômica de muitos países dá algumas pistas do
que pode dar certo. Uma delas é aproximar a pesquisa da economia.
A equação é muito
simples.
As universidades têm o
que o setor privado procura, isto é, conhecimento; enquanto as empresas podem
funcionar como verdadeiros laboratórios de pesquisa.
Essa combinação serviu para
impulsionar a economia alemã e certamente colaborou para que o país ocupasse a
terceira posição entre as nações que mais ganharam o Prêmio Nobel. Ao todo,
foram 109 conquistas.
Mas...como isso pode
funcionar? É muito simples.
A maior parte das
empresas não possuem um centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos.
Trabalham na base da tentativa/erro. Tentam emplacar seus produtos e serviços
no mercado, movidas apenas por insights, deduções e intuições. Orientadas pelo
conhecimento empírico muitas até alcançam níveis de produção bastante
atraentes, mas que não possuem sustentabilidade gerando avanços e retrocessos
sem fim.
Outras até sabem o que precisam
e dispõem de vultosas somas de recursos para investir, mas não possuem capital
intelectual para alavancarem seus produtos.
Aqui as universidades
podem ajudar. E muito!!
Neste exato momento em
que você me lê estão circulando no País centenas de projetos de pesquisa nas
universidades brasileiras, muitos deles de interesse do setor produtivo. O
problema é que o próprio setor produtivo não tem conhecimento dessas investigações.
Por outro lado, faltam recursos financeiros para financiá-los. O que vem dos
cofres públicos é muito aquém do desejado. Constantes cortes orçamentários só
pioraram a situação deixando as pesquisas de pés e mãos atados.
Mas existe um outro
problema com nossas pesquisas.
Uma boa parte delas são
pesquisas apenas de laboratório, que pouca ou nenhuma utilidade prática
possuem. Não possuem conexão com a realidade. Não estou eu aqui a afirmar que a
Ciência também não fale por meio da boca de investigações com esse perfil. Muito
pelo contrário. Em se tratando de conhecimento científico tudo é aproveitável e
útil para alargarmos as fronteiras do aprendizado. No entanto, tais pesquisas
bem que poderiam se inspirar nas necessidades e demandas da cadeia produtiva do
País. Foi assim que muitas nações deram um salto no seu desenvolvimento.
Poderíamos fazer o mesmo.
Vejamos.
As universidades possuem
o que falta ao setor produtivo: capital intelectual. O setor produtivo, por sua
vez, dispõe de abundantes disponibilidades financeiras que poderiam irrigar os
cofres dos laboratórios de pesquisa. Ambos se ajudariam mutualmente gerando uma
combinação perfeita e potencialmente produtiva. Seria como atear fogo em mato
seco.
Nesse cenário, a
remuneração dos docentes/pesquisadores poderia até ser complementada com (atraentes)
royalties obtidos na produção e comercialização dos projetos que eles atuaram como
colaboradores.
Nesse cenário, os benefícios
seriam incontáveis: educação, pesquisa, setor produtivo, remuneração do
profissional da docência e, principalmente, a população em geral que contaria
com mais renda, emprego e bem estar social.
Por meio dessa combinação
perfeita, quem sabe não emplacaríamos nosso primeiro Prêmio Nobel tupiniquim.
Alipio Reis Firmo Filho
Conselheiro
Substituto/TCE-AM e Doutorando em Gestão
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