segunda-feira, 26 de abril de 2021

FAÇA MAIS DO QUE TE PEDEM: A LIÇÃO DO ABACAXI

A relação entre patrão e colaborador nem sempre é um mar de rosas, seja no setor público ou na iniciativa privada. Muitas vezes, o colaborador se sente injustiçado pelo fato de seu patrão "dar mais preferência" para outro colaborador. O texto a seguir é um convite à reflexão. Intitula-se "A LIÇÃO DO ABACAXI". Após ele reflita: será que você, colaborador, está dando mais, menos ou exatamente o que te pedem?

Ótima leitura!!

A LIÇÃO DO ABACAXI


 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

A TEMPESTADE SERENADA

 35 "Ao cair da tarde desse dia, Jesus disse aos discípulos: “Vamos atravessar para a outra margem do lago.” 36 Deixando a multidão para trás, entraram no barco onde ele já estava e começaram a travessia, embora outros barcos os seguissem. 37 Mas logo se levantou um tão grande temporal, com vendaval e ondas rebentando contra o barco, que este já estava cheio de água.

38 Entretanto, Jesus dormia deitado na popa, com a cabeça numa almofada. Inquietos, acordaram-no, gritando: “Mestre, não te preocupa que estejamos quase a morrer?” 39 Ele, levantando-se, repreendeu o vento e disse ao mar: “Aquieta-te!” O vento parou e fez-se uma grande calma. 40 E disse-lhes: “Porque estavam com tanto medo? Ainda não têm fé?”

41 E tomados de grande espanto, perguntavam uns aos outros: “Mas quem é este, a quem o próprio vento e o mar obedecem?” (Marcos 4:35-5:43)

Esta é uma das mais belas passagens dos evangelhos. Nela estão reunidas algumas das mais importantes verdades do Cristianismo e de como devemos nos relacionar com o próprio Jesus. 

A primeira é que nada abala a Cristo, Deus soberano e autor da vida. Em meio à tempestade ele dorme. Descansa em meio à fúria das ondas, dos ventos e da chuva torrencial. Nada retira seu sossego. Nada o abala. Nada o desestabiliza, justamente porque Ele está acima de tudo e de todos. 

Certa vez afirmou: "Ninguém tira a minha vida. Eu a dou livremente. Tenho o poder de dá-la e o poder de retomá-la" (Jo 10,18). De fato. A afirmativa é forte. Talvez por isso os guardas romanos declinaram de cumprir a ordem de prender Jesus: "Ninguém jamais falou como este homem" (Jo 7,46).

A segunda decorre da primeira. Basta sua Onipotência para determinar a trajetória dos elementos físicos. É Ele que comanda tudo, da maneira que bem entender. Transforma um vendaval numa suave brisa em questão de segundos. 

A terceira é dirigida a todos nós. Facilmente nos deixamos influenciar pelo que nos chega pelos sentidos. Quanto mais terrível, mais assustador. Nos desestabilizamos rapidamente. Somos frágeis, mesmo que Cristo esteja "dormindo" ao nosso lado. Nossa fé se esvai rapidamente. Como num sopro. 

A passagem nos revela, todavia, que mesmo nas grandes tempestades devemos nos manter firmes, com fé inabalável. É isso que Cristo espera de nós: "Por que estavam com medo? Onde está sua fé?". Seria possível completar: não sabiam que vocês estão comigo? Isso não basta para apaziguar seus corações? Acalmem-se!! Eu estou com vocês mesmo nos piores momentos de vossas vidas!!

Mais tarde, Paulo nos revelaria que a fé é a certeza das coisas que não podemos enxergar (Hebreus 11,1). E mesmo o próprio Cristo nos deu uma dica do modo como devemos manifestá-la: "Tudo quanto em oração pedirdes, tenhais fé que já o recebestes, e assim vos sucederá" (Mc 11,24). Preste bem atenção: "tenhais fé que JÁ O RECEBESTES". Aqui, Ele nos coloca à prova. Nossa fé tem que ser de tal forma que ela deve já nos antecipar o futuro. É como se ele (o que há de vir/acontecer) já tivesse acontecido. Eis o legítimo modelo de fé. Viver no presente o que só no futuro se manifestará.  

Ao ressuscitar Lázaro, Jesus nos dá um exemplo desse modelo de fé. Antes de trazê-lo para a vida o que já estivera morto, Ele orou ao Pai nesses termos:  Pai, graças te dou por me haveres ouvido. Pois eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isso por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste. 


Note o tempo verbal no passado na primeira frase da oração que Jesus dirige ao Pai: "graças te dou POR ME HAVERES OUVIDO". Veja que Lázaro ainda não havia sido ressuscitado. Isso iria ocorrer, mas ainda não havia ocorrido no momento da oração de Cristo. Em suas palavras, Ele ANTECIPOU O FUTURO. Para ele, LÁZARO JÁ HAVIA RETOMADO À VIDA NOVAMENTE. 


Ou seja, é como olhar para uma ferida aberta e estar convencido que ela já foi fechada. Acreditar que são nossos olhos que estão nos traindo. Como se fosse uma ilusão de óptica. Apenas uma miragem. Nossos olhos insistem em nos apresentar o PASSADO, isto é, O QUE JÁ FOI E QUE JÁ NÃO MAIS EXISTE. 

De fato. Um belo e forte exercício de fé no Criador.

Para nossa reflexão!!

Alipio Filho