Bill
Clinton, George W. Bush e Barack Obama governaram 8 anos cada um. Todos eles
foram reeleitos. Clinton esteve à frente da presidência americana de 1993 a
2001; Bush, de 2001 a 2009 e Obama, de 2009 a 2017. Ao longo de seus
respectivos períodos de governo, cada um teve suas oportunidades e
dificuldades, ora provenientes do próprio contexto político-econômico americano,
ora originárias do resto do mundo.
Existem
inúmeros critérios para avaliarmos se um governo foi bom ou ruim. A evolução ou
involução do Produto Interno Bruto é um dos mais comuns. Também a análise da
taxa de desemprego nos dará uma noção acerca da forma de governar de um
mandatário. Todavia, qualquer que seja o critério escolhido, certamente que
haverá vantagens e desvantagens. Todas elas deverão ser levadas em consideração
para que se chegue a um diagnóstico o mais próximo possível da realidade.
Na
presente análise, levamos em consideração o comportamento das receitas e
despesas correntes do governo federal americano ao longo de cada mandato. A
partir dos dados colhidos, esboçamos o cenário existente no início e no final das
respectivas administrações.
Compõem
as receitas correntes americanas, dentre outras, as receitas de impostos, as
contribuições para a seguridade social americana, as receitas de rendimentos de
ativos e as receitas de transferências de empresas e de pessoas. Já as despesas
correntes dos EUA é integrada, basicamente, pelos gastos com a folha de
pagamento, com o consumo de capital fixo, com a aquisição de insumos intermediários, com
o pagamento de subsídios e de transferências correntes e com o pagamento de
juros a pessoas.
Governo de Bill
Clinton: Clinton
assumiu a Casa Branca em 20 de janeiro de 1993. Como é sabido, no governo
Clinton os EUA alcançaram uma grande prosperidade econômica. O país voltou a
crescer fortemente e, com ele, boa parte dos países do globo; já que o mercado
americano influencia, direta e indiretamente, bilhões de pessoas em todo o mundo.
Os
dois quadros a seguir apresentam o comportamento das receitas e despesas
correntes federais americanas no governo Clinton. No Quadro I está descrito o
volume das receitas e despesas realizadas em seu primeiro mandato presidencial,
assim como o respectivo saldo. O Quadro II se refere ao segundo mandato. Os
valores foram alocados por trimestre (em
bilhões de dólares).
QUADRO I – Primeiro
Mandato de Bill Clinton
QUADRO II – Segundo
Mandato de Bill Clinton
Não
é preciso muito esforço para constatarmos que o governo Clinton foi positivo na
gestão das finanças governamentais federais americanas. Aliás, extremamente positivo.
Ele reverteu um déficit de 388,6 milhões de dólares no primeiro trimestre de
seu primeiro mandato para entregar as contas públicas a George W. Bush com superávit de 138,7 milhões
de dólares. Essa reviravolta, contudo, não foi tarefa fácil. Foram consumidos
21 trimestres – de um total de 32 trimestres – para que as finanças ficassem no
azul. Mas o grande mérito do governo Clinton foi justamente a regularidade na
reversão da situação deficitária. Desde que ele assumiu a Casa Branca, a condição
desfavorável das contas públicas foi paulatinamente sendo eliminada. Raras
vezes houve um retrocesso, conforme pode-se extrair dos dois quadros. Ou seja,
a política adotada por Bill Clinton no saneamento das contas pública foi
extremamente combativa.
Governo de George W.
Bush: o governo de
George W. Bush fez exatamente o inverso de seu antecessor. Precisou apenas de
três trimestres para deixar as finanças públicas federais americanas no
vermelho. Aliás, o déficit crescente
governamental foi uma característica marcante do governo Bush ao longo de seus
dois mandatos, conforme pode ser visto nos Quadros I e II.
É
evidente que esse comportamento sofreu forte influência da política militar
externa por ele adotada, principalmente no Oriente Médio. Talvez por isso em
vários momentos de seu governo as taxas de reprovação alcançaram os números
mais baixos da história norte-americana.
QUADRO I – Primeiro
Mandato de George Bush
QUADRO II – Segundo
Mandato de George Bush
Governo de Barack
Obama: quando
Barack Obama chegou à Casa Branca, o último trimestre do governo Bush acusava
um déficit de 921,7 milhões de dólares nas contas públicas federais. Situação
nada favorável. Não bastasse isso, Obama iniciava seu governo num contexto
econômico-financeiro extremamente desfavorável. A economia americana se via às
voltas com uma grande crise financeira que acabou contagiando o resto do mundo
e quase que paralisando os mercados das economias avançadas. Todo esse conjunto
de fatos fez com que a gestão de Barack Obama amargasse déficits sucessivos nas
finanças públicas governamentais federais, conforme se extrai nos Quadros I e II.
QUADRO I – Primeiro
Mandato de Barack Obama
QUADRO II – Segundo
Mandato de Barack Obama
Lentamente,
contudo, a economia “foi entrando nos trilhos”. Números como a taxa de
desemprego e o PIB americano começaram a dar sinais de melhoras no segundo
mandato de Obama, o que favoreceu a queda gradativa da situação deficitária.
Aliás, é importante registrar uma queda significativa ocorrida entre o último
trimestre de seu primeiro mandato e o primeiro trimestre de seu segundo
mandato. A queda foi de 23,5%, passando de 1.277,3 bilhões de dólares para 976
milhões de dólares.
A
meu ver, Obama fez o que pode para soerguer a economia americana. Nos seus dois
mandatos, ele enfrentou inúmeros fatores adversos, mas conseguiu imprimir um
ritmo crescente de melhora e estabilidade nas finanças públicas governamentais
federais que se refletiu especialmente em seu segundo mandato.
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