Conquanto seja mundialmente conhecida e recitada pelos cristãos católicos, a verdade é que a grande maioria deles não conhecem a origem da prece "Ave Maria". É disso que vamos falar hoje.
A prece "Ave Maria" foi retirada das páginas do evangelho de Lucas.
Em Lucas 1:28 está escrito: "E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres".
Essa é a primeira parte da prece. O seu início. O seu começo.
A saudação judaica "Shalom" que significa "Paz a ti" é traduzida pela saudação grega "Káire" (Lucas era um profundo conhecedor do grego clássico) cujo significado é "Alegra-te". Dai por diante tudo fica muito claro:
- O anjo diz "Salve". Nós dizemos "Ave Maria".
- O anjo diz "agraciada". Nós dizemos "cheia de graça".
- O anjo diz "o Senhor é contido". Nós dizemos "o Senhor é convosco".
- O anjo diz "bendita és tu entre as mulheres". Nós dizemos a mesma coisa.
Posteriormente, em Lucas 1: 42-43, Isabel proclamou (no momento em que Maria entrou na sua casa): "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre".
Aqui está a parte intermediária da prece. A Igreja Católica copiou literalmente a frase proferida por Isabel e a transpôs para a oração, sem alterar nada.
A terceira e última parte (Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém) é que foi acrescentada pela Igreja Católica. Esse acréscimo, todavia, significa um especial apelo à Maria Santíssima rogando a ela que nos conceda a assistência necessária, não apenas na nossa labuta diária, mas principalmente na hora da nossa morte.
Aqui, é oportuno destacarmos um importante elemento.
As duas primeiras partes da prece representam dois testemunhos a respeito da grandeza de Maria Santíssima. Sua dignidade foi proclamada duplamente.
Primeiramente, por um personagem celeste - a primeira parte da oração. Mais tarde, por Isabel, alguém com falhas e imperfeições, semelhante a nós. Ou seja, as duas naturezas - celeste e humana - saudaram Maria Santíssima. Ambas as saudações, todavia, foram carregadas de um profundo respeito e admiração, conforme pode ser facilmente constatado em cada manifestação. Respeito e admiração só comumente dispensados a reis e... RAINHAS.
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