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segunda-feira, 22 de junho de 2020
PESQUISA NA CHINA APONTA QUE OS NÍVEIS DE IMUNIDADE EM PACIENTES RECUPERADOS DA COVID-19 CAI SIGNIFICATIVAMENTE APÓS 2 E 3 MESES
OS ATROPELOS DE UM PRESIDENTE
(*) Texto publicado na Coluna Gestão do Autor (www.fatoamazonico.com)
Desde quando a pandemia foi oficialmente reconhecida no mundo
no dia 11 de março pela Organização Mundial de Saúde, o planeta deixou de ser o
mesmo. Parece que a Terra foi virada de cabeça para baixo, sacudida de
ponta-cabeça, chacoalhada várias vezes e jogada de um lado para outro. O certo
é que ainda estamos todos meio que atônitos com tudo o que tem acontecido.
No Brasil não tem sido diferente. Mas, por essas bandas,
temos que conviver com outros solavancos, não bastasse os da pandemia.
Começou quando o presidente resolveu minimizar a pandemia e
remar contra a Ciência. Convenhamos, uma árdua tarefa. Ignorou completamente os
protocolos médicos, tentou desacreditar as pesquisas, discursou inúmeras vezes
contra a Organização Mundial de Saúde ameaçando, inclusive, de deixar de fazer
parte do rol de seus signatários. Algo parecido com uma suposta “Teoria da
Conspiração” em que estaríamos certos e o mundo completamente errado.
Depois disso, vieram os problemas que se sucederam no
Ministério da Saúde. Misturou política com saúde pública (no sentido mais
pejorativo do termo), exonerou dois grandes profissionais da saúde em plena
pandemia, deixando a Pasta sem titular por 19 dias e comandada, nesse período,
por alguém que não tinha formação médica nenhuma. Em condições normais, até
poderíamos admitir algo parecido, mas diante de um problema de saúde pública
gravíssimo, a prudência e o senso médio não recomendariam.
Levantou a bandeira da Cloroquina como se fosse a solução
para a Covid-19. Aliás, um dos motivos para a exoneração dos ministros da saúde
fora justamente essa bandeira presidencial. Mais uma vez, fechou os olhos para
os protocolos médicos sem ao menos pedir licença.
Na fatídica exoneração do ex-Ministro Moro outros atropelos.
Primeiro, no dia 24 de abril fez publicar a exoneração do Diretor Geral da
Polícia Federal, Maurício Valeixo, com o nome de Moro. Moro negou que tivesse
assinado o ato. Ante à negativa, o presidente teve que retroceder publicando
novamente o ato de exoneração, mas sem o nome do ex-Ministro.
No mesmo dia 24, após a coletiva de Moro, o presidente acusou
o ex-Ministro de tentar negociar uma vaga no STF em troca da nomeação do novo
Diretor da Polícia Federal. À noite Moro apresentou um print de mensagens
trocadas com o presidente no qual ficava claro que ele é quem estava
pressionando Moro. A confirmação veio com a divulgação por Moro de outras
trocas de mensagens, dessa vez com a Deputada Federal Carla Zambelli, na qual
ela também pressionava Moro para aceitar o pedido do presidente. A resposta de
Moro foi desmoralizante: “Não estou à venda”.
Outro imbróglio se formou
em torno da divulgação do vídeo da reunião ministerial que Moro havia citado no
seu depoimento à Polícia Federal. A Advocacia Geral da União recorreu da decisão
do Ministro Celso de Melo de divulgar o vídeo na íntegra, supostamente, por
conter conteúdos relacionados à Segurança do Estado e questões de foro íntimo
do Governo. Mais uma vez, um retrocesso, pois os argumentos não vingaram. Como
última tentativa, pediu para que fossem publicadas apenas algumas partes do
vídeo. Nova derrota. O discurso também não vingou. O vídeo foi divulgado na
íntegra causando perplexidade em todo o País.
Na sequência, veio o
“terremoto” Weintraub. Novos atropelos. No fatídico vídeo da reunião
ministerial, Weintraub chamou os Ministros do STF de “vagabundos”. Curiosamente,
palavras proferidas por um Ministro da Educação. O Ministro da Justiça tentou,
em vão, um habeas corpus para o então Ministro da Educação. Detalhe: o pedido não
fora formulado pela Advocacia Geral da União como era de se esperar, mas por
órgão que, a rigor, não deveria se imiscuir em questões dessa natureza.
Outra saia justa veio com
a tentativa de trocar o Superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro.
Segundo Moro, isso ficaria claro quando o vídeo da reunião ministerial fosse
divulgado. E ficou.
Na reunião, o presidente
afirma o que Moro já havia dito em depoimento à Polícia Federal. A saída do
Planalto foi desconversar. Disse que quando se referiu à troca da segurança no
Rio de Janeiro estava se referindo ao escritório do Gabinete de Segurança
Institucional e não à Polícia Federal. Novamente, outros atropelos.
No vídeo, o presidente
olha diretamente em direção à Sérgio Moro quando fala na possibilidade da
troca; e não em direção ao General Heleno que é o titular do Gabinete de
Segurança, como seria mais natural. Embora o próprio General Heleno e outros
integrantes do Governo tenham sustentado a justificativa do presidente, o
argumento não convenceu.
Após a saída de Moro, o
presidente então nomeia Alexandre Ramagem para a Direção Geral da Polícia
Federal, até então Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência. A
iniciativa é vetada por Decisão monocrática do Ministro Alexandre de Moraes
fazendo com que o presidente retrocedesse. Faz nova nomeação, desta vez de
Rolando Alexandre de Souza e este, realiza mudanças em algumas
superintendências do órgão incluindo a do Rio de Janeiro; fato que confirma o
que Moro havia dito no sentido de que o presidente queria interferir livremente
na Polícia Federal.
Frente a todos esses percalços e em meio a uma tempestade num
oceano de águas agitadas o presidente não teve outra saída senão estender as
mãos ao chamado “Centrão”. Algo completamente improvável à época das eleições e
logo que assumira a presidência. Bolsonaro havia dito várias vezes que não
faria alianças com o Centrão. Prática, aliás, muito comum nos governos que o
antecedeu. O Centrão é um grupo de Deputados supostamente não movidos por
ideologias partidárias e que historicamente se alia ao Executivo Federal em
troca de cargos. Em votos, o Centrão oferece um número superior à metade do
número de Deputados na Câmara Federal. Ou seja, tem gordura suficiente para
barrar qualquer iniciativa – como um pedido de impeachment - contra o
presidente.
Secretaria Nacional de Mobilidade e Desenvolvimento Regional,
Superintendência de Trens Urbanos de Recife, Departamento Nacional de Obras
Contra as Secas, Banco do Nordeste e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação estão entre os cargos negociados. Mais recentemente, também o
presidente recriou o Ministério das Comunicações para entregar seu comando ao
Deputado Federal Fábio Farias. O detalhe é que, com a recriação da Pasta, agora
já são 23 ministérios quando o discurso à época das eleições era de, no máximo,
15 ministérios.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
Alipio Reis Firmo Filho
Conselheiro Substituto – TCE/AM e
Doutorando em Gestão.
sexta-feira, 19 de junho de 2020
SOBRE MENTIRAS E VERDADES
A VERDADE SE IMPÕE. É COMPLETA. É UNA. É INDIVISÍVEL. É OBJETIVA. É LOGICAMENTE ESTRUTURADA, POR ISSO, LOGICAMENTE COMPREENSÍVEL. SUAS PEÇAS SE ENCAIXAM PERFEITAMENTE UMA NAS OUTRAS. NÃO HÁ SOBRAS, NEM FALTAS. NÃO DEPENDE DE NADA. BASTA-SE A SI MESMA. SEUS FRUTOS SÃO A PAZ DO ESPÍRITO E A ESTABILIDADE DA MENTE.
A MENTIRA, AO CONTRÁRIO, É ESFACELADA. DA SOMA DE SUAS PARTES NÃO SE OBTÉM O TODO. JUSTAMENTE PELO FATO DE AS PARTES PERTENCEREM A REALIDADES DIVERSAS. UM ELEMENTO NÃO SE ENTRELAÇA COM O OUTRO. É COMO ÁGUA E ÓLEO. NUNCA SE MISTURAM. O CONJUNTO TODO FICA PREJUDICADO. NÃO HÁ HARMONIA. NÃO HÁ ENCAIXE. SEMPRE FALTA ALGUMA COISA. O RESULTADO NÃO BATE. A EQUAÇÃO NÃO FECHA. PERMANECE A DÚVIDA, A DESCONFIANÇA E A INQUIETUDE.
Para refletir.