(*) Texto publicado na minha Coluna Gestão no Fato Amazônico (www.fatoamazonico.com)
Repercutiu bastante na mídia nacional a fala do Deputado Tiririca – pela primeira (e última vez, segundo ele) na Tribuna da Câmara dos Deputados. Como tudo na vida, teve gente que criticou e muita gente que aplaudiu. Eu me somo aos últimos.
Repercutiu bastante na mídia nacional a fala do Deputado Tiririca – pela primeira (e última vez, segundo ele) na Tribuna da Câmara dos Deputados. Como tudo na vida, teve gente que criticou e muita gente que aplaudiu. Eu me somo aos últimos.
Nem sempre as palavras
rebuscadas, repletas de tecnicismos, transmitem o que desejamos dizer.
Oratórias eloquentes encantam e seduzem,
mas muitas vezes não passam disso. Não abandonam o círculo da retórica. São
palavras e mais palavras jogadas ao vento, de qualquer jeito, de qualquer forma,
só para “encher linguiça”. No fundo, não há conteúdo. São formas, formas e mais
formas. Nada mais.
Mas há aquela eloquência
que encanta. Não tanto pela forma, mas principalmente pelo conteúdo transmitido. E nesse quesito Sua
Excelência arrasou. Disse tudo que muitos brasileiros gostariam de dizer aos
nobres Deputados. Sem agredir, sem grosserias, na boa. O palhaço que nunca havia
antes subido à Tribuna – e que por isso era motivo de chacota por alguns de
seus pares – abriu o verbo. Deu uma aula
de cidadania. Foi preciso apenas 8 minutos e 40 segundos. Até com uma certa
elegância. As palavras simples ecoaram tão fortemente naquele recinto que a
plateia literalmente calou. Ninguém interrompeu. Exceto o ruído chato de uma
cigarra que teimava em tentar interromper sua fala. Talvez porque a carapuça coube
na medida certa na cabeça de alguém.
A verdade não tem meio
termo. Ela chega e vai dando logo o recado, dizendo ao que veio, sem rodeios,
sem hesitações. E olha que paradoxo: alguém
ridicularizado, tomado como analfabeto, estava proferindo uma aula magna. E
justamente para um público “Classe A”, dono do próprio nariz. Como se diz no
popular: para alguém “passado na casca do alho”. Um público que sempre soube o
que fazer e que não precisa da opinião de coadjuvantes, principalmente coadjuvantes
iletrados e ignorantes. Mas parece que Sua Excelência não falou por si próprio.
Todo o povo brasileiro falou junto com ele e através dele. Muita gente
desabafou por meio da boca do palhaço Tiririca. Não ficou faltando nada. O
pronunciamento foi irretocável.
Vou resumir aqui as
palavras de um amigo meu: “Tiririca agiu acertadamente. Na Câmara dos Deputados
estava no Circo, digo, no local errado. Tiririca é um palhaço que faz o povo sorrir;
diferente da Casa Legislativa que tem feito tanta gente chorar”.
É como Voto.
Alipio
Reis Firmo Filho
Conselheiro
Substituto – TCE/AM
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