Às vezes não nos damos conta da
importância de alguns amiguinhos em nossa vida. Alguns pacotinhos de felicidade
e paz que Deus embrulha e nos
presenteia.
Esses amiguinhos chegam de
mansinho, como quem não quer nada, e logo vão preenchendo todos os espaços.
Diariamente, após o trabalho, vem ao nosso encontro, distribuindo paz, sossego
e descanso para a alma. Esses pacotinhos de felicidade são irreverentes. Sobem
em nosso colo, roçam em nossa perna, deitam bem no meio da casa só para chamar nossa
atenção. Outras vezes, fingem que não estão nem aí para a gente. Engano de quem
pensa assim. Eles estão mais “ligados” do que todo mundo.
Quando adoecem é um suplício. A gente
sofre junto. Em busca de alívio, corremos de um lado para o outro. Ficamos preocupados,
atordoados, aflitos, às vezes desesperados; procurando recuperar, a todo custo,
a saúde perdida. O alívio vem com o remédio e o retorno pra casa de quem havia
deixado um imenso vazio.
Esses pacotinhos de felicidade
não falam a nossa língua. Nem precisam. Comunicam-se por meio de uma linguagem infalível: a linguagem do
amor. Não reclamam da vida, não pedem quase nada, estão sempre dispostos a
receber e dar carinho. Por vezes, contentam-se com um punhado de ração e uma vasilha
cheinha d’água.
A gente aprende muito com esses
pacotinhos de felicidade. Na sua simplicidade, pequenez e ingenuidade eles nos
ensinam muito. São sábios. Uma sabedoria que transcende todo entendimento, por
que alicerçada na alma, no coração, na essência da vida.
Há 20 anos atrás fomos presenteados
por um pacotinho de felicidade. Um precioso pacotinho. Uma gatinha siamês que
tantas alegrias nos trouxe. Uma companheira para todas as horas. Viveu muito. Se
humana fosse, contaria quase cem anos de idade. Já estava velhinha. Frágil,
andava com dificuldades. Já não saltava como antes. As pernas não ajudavam. A
visão também já não era mais a mesma. Enxergava só parcialmente.
Essa semana esse pacotinho nos
deixou. Nossa amiguinha partiu. Ficou a saudade e a lembrança.
Um dia a vela se apaga e o sopro
da vida se retira.
Obrigado, Pai, pelo presente.
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