A reportagem do Jornal “A
Crítica” de hoje (13/01/2013), intitulada “Prefeituras são desmanteladas”, toca
num problema crônico que se repete a cada virada dos mandatos municipais. Na
realidade, todos nós, cidadãos, que pagamos nossos impostos e contribuições em
dia, nos ressentimos de uma legislação (chame-se isso de emenda constitucional,
lei nacional, lei estadual, etc.) que obrigue, de forma eficaz, aqueles que
estão deixando as prefeituras a informarem os novos prefeitos sobre a real
situação financeira, orçamentária e patrimonial das administrações direta e
indireta municipal, é dizer, do poder executivo municipal.
Afinal de contas, o que
lá está pertence a todos nós. À maneira de uma copa do mundo que se realiza de
quatro em quatro anos, ouvimos sempre os mesmos problemas, as mesmas queixas,
as mesmas lamentações. E o que é pior é que sabemos do problema
quatro anos antes dele ocorrer e não fazemos absolutamente nada para coibi-lo. Conquanto
alguns entendam – minoria - que os órgãos de controle nada têm a ver com isso, penso exatamente ao
contrário. Se um prefeito saca um dinheiro público das contas da
prefeitura sem dar qualquer satisfação,
não apenas deve responder no âmbito judicial como administrativo também. Não é
só caso de polícia.
Os órgãos de controle podem
e devem fazer mais para que esse descaso com a coisa pública seja definitivamente
erradicada de nosso meio. Repetimos: a cada quatro anos o fato se repete.
Portanto, a continuar a situação atual, sem nada mudar, muito provavelmente em
janeiro de 2017, os veículos de imprensa local irão reproduzir exatamente isso
que A Crítica acabou de apontar.
O problema não se
limita a quem está saindo e a quem está chegando. A transição do governo
municipal interessa a todos nós, cidadãos e organismos de controle,
administrativo ou judicial. O primeiro por ser destinatário dos serviços
públicos e o principal responsável por sua manutenção; o segundo, dada as suas
finalidades institucionais.
Com efeito, a
iniciativa do Deputado José Ricardo no sentido de fechar essa (grande) lacuna
legislativa, mediante a propositura de um projeto de lei obrigando os chefes do
executivo municipal a fazerem, de fato, a transição de seus mandatos aos
prefeitos eleitos já é digna de aplausos. Tomara que essa iniciativa seja
copiada em todo o País. Quem sabe uma alteração na Lei Complementar 101/2000 (Lei
de Responsabilidade Fiscal), de âmbito nacional, solucione, de vez, esse crônico
problema que teimamos em não enxergar.
Chega de recomendações. Queremos determinações.
Chega de recomendações. Queremos determinações.
Com a palavra, nossos
representantes na Câmara Federal e no Senado.
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