(*) Texto publicado na Coluna Gestão, do autor, no Fato Amazônico (www.fatoamazonico.com.br)
Perante o mundo, os EUA se
tornaram a prova viva da brutal diferença entre governos negligentes e governantes
comprometidos e responsáveis em tempos de pandemia. Eles viveram ambas as
realidades. Até 19 de janeiro deste ano, quando Trump ainda ocupava a Casa Branca,
o quadro que se desenhava no País era cheio de incertezas e retrocessos. Com a
chegada de Biden a Washington o cenário mudou radicalmente.
A primeira vacina foi
aplicada em território americano no dia 14 de dezembro de 2020. Uma semana
antes ela havia começado no Reino Unido e duas semanas depois fora iniciada na
União Europeia. Em 19 de janeiro do corrente ano, véspera da chegada de Biden
ao governo americano, haviam sido aplicadas 15,71 milhões de doses de vacinas. Ou
seja, em 37 dias a média diária de vacinados foi de 424.594 americanos. Naquela
mesma data, o número de mortes por Covid-19 alcançou 2.564,14. Esse pico
evoluiu, chegando a seu ponto máximo em 14 de janeiro deste ano quando o número
bateu 3.422,29. No dia 19, véspera de Trump passar o bastão para Biden, o
número de mortes foi ligeiramente menor que isso: 3.056,86 de falecidos.
Uma das promessas de
campanha de Jo Biden era vacinar 100 milhões de americanos nos 100 primeiros
dias de seu governo. Uma tarefa difícil, é bem verdade, diante do caos que se
encontrava a política de enfrentamento à Covid-19 nos EUA. Uma dura herança de
seu antecessor. No entanto, Biden foi além. Superou a própria meta. E com
folga!! Muita folga!! Precisou de apenas 59 dias para cumprir a promessa. Hoje –
20 de março - já são 121,44 milhões de
americanos vacinados. Quase o dobro do número de pessoas vacinadas na China (70
milhões). Daquele total, 105,73 milhões pessoais foram vacinadas no seu
governo. Uma média diária de 1,762 milhões de americanos vacinados.
Mas ele prometeu mais. Alguns
dias após assumir o governo, prometeu vacinar todos os americanos até o final
de julho. Muitos torceram o nariz para o novo presidente, acreditando que recém
ocupante da Casa Branca estava delirando, pois o esforço exigia uma capacidade
de vacinação de 1,644 milhões de americanos por dia. Não estava. Muito pelo
contrário.
Com um discurso
consciente e, sobretudo, equilibrado Biden começou a mexer as pedras no tabuleiro.
Ouviu sobretudo a Ciência e explorou toda a força que o governo federal americano
poderia lhe proporcionar. Além das vacinas da Pfizer/BioNTec e Moderna fechou
parceria com a Johnson & Johnson, a fim de disponibilizar mais vacinas para
os americanos. Tudo isso combinado com uma fantástica estrutura logística de
vacinação montada em seu governo. Ao ritmo atual, os americanos serão vacinados
muito antes do final de julho: já em maio do corrente ano. Mais uma meta batida
com significativa folga! A estratégia de
Biden é imunizar a população para liberar a gigantesca força de trabalho dos
americanos, fazendo decolar sua economia, duramente golpeada pela pandemia.
Ao lado da vacinação em
massa, Biden conseguiu outra grande realização: reduziu drasticamente o número
de mortes no País. Conforme outrora referido, em 19 de janeiro morreram 2.564,14
americanos. Ontem, 19 de março, o número era de 1.221,71, isto é, 52,35% a
menos da registrada no último dia do governo de Donald Trump.
Tomando apenas esses números por referência, não é difícil percebermos claramente a diferença entre governos responsáveis e governos negligentes.
Governos comprometidos
com sua população fazem muito mais.
Governos comprometidos
com sua população deixam suas querelas políticas de lado e colocam a mão na
massa.
Governos comprometidos
com sua população não enxergam dificuldade e nem ameaças. Muito pelo contrário.
São otimistas e aproveitam as adversidades para voarem mais alto.
Governos comprometidos
com sua população conseguem fazer mais com menos. São altamente produtivos e
eficientes.
Governos comprometidos
com sua população mobilizam-se intensamente. Comandam. Lideram. Apontam e abrem
caminhos.
Governo comprometidos com
sua população dialogam. Conversam. Firmam compromissos objetivando unicamente o
bem de seus compatriotas.
Governos comprometidos
com sua população antecipam-se aos problemas. Identificam soluções com dias, às
vezes, meses de antecedência.
Governos comprometidos
com sua população não descansam. Não perdem tempo. São ágeis, rápidos e precisos.
Tão precisos quanto o golpe de um bisturi.
Governos comprometidos
com sua população pedem ajuda quando não conseguem carregar o peso sozinho.
Governos comprometidos
com sua população esquecem de si mesmos. Colocam-se a serviço da coletividade. Doam-se.
Entregam-se. Dão tudo de si em troca do bem comum.
Governos comprometidos
com sua população não esperam. Fazem acontecer. Contra tudo e contra todos,
parafraseando o refrão de uma conhecida canção de todos nós brasileiros: “Quem
sabe faz a hora, não espera acontecer”
Alipio Reis Firmo Filho
Conselheiro Substituto –
TCE/AM e Doutorando em Gestão
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