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domingo, 15 de março de 2020

PARA ENTENDER O QUE ESTÁ ACONTECENDO NA ITÁLIA (CORONAVÍRUS)

Como todos sabem, os idosos são a faixa da população mais vulnerável ao Covid-19. A Itália é o país da União Européia cujo número de idosos frente à população mais jovem é o que apresenta maior proporção: 165 idosos para 100 jovens. Ou seja, é o país com população mais idosa na União Européia. Isso sugere que países com alta taxa de população idosa apresentam mais vulnerabilidade frente ao Covide-19. Mas esse grau de vulnerabilidade pode ser anulado ou mitigado pelo sistema de saúde de cada país.

Os casos da Itália explodiram justamente por ela possuir esse perfil (alta taxa de população idosa). Além disso, estima-se que as autoridades médicas e sanitárias demoraram a adotar medidas mais duras frente à infecção. Houve explosão de casos justamente durante o carnaval italiano (Fev/2020). Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência. Esse, aliás, é um dado que deve nos fazer pensar (nós brasileiros).

Entre as medidas que deveriam ter sido tomadas à época - e que não foi tomada - encontra-se a proibição de aglomerações sociais. O problema é que isso gerou um descompasso entre a demanda por leitos hospitalares (UTIs) e a oferta desses leitos pela rede pública. A primeiro superou demasiadamente a última estrangulando todo o sistema hospitalar. O resultado desse embate todos nós estamos testemunhando.

Outro ponto que suscita uma certa apreensão é que o método escolhido pelas autoridades italianas para identificar indivíduos com infecção é o que estamos aplicando no Brasil: aguardar que os indivíduos infectados procurem o sistema público de saúde quando já apresentam sintomas (leves ou graves). Ou seja, os italianos aguardaram que os pacientes procurassem os postos de saúde.

O procedimento tem um grande limitador em si, dizem os especialistas. É que ele não consegue identificar os casos assintomáticos, isto é, a camada da população que já está infectada, mas cujo organismo ainda não apresentou nenhum sintoma. Essa faixa de indivíduos, por sua vez, é um potencial transmissor de vírus, tudo à revelia do sistema de saúde.

A solução da Coreia foi justamente o contrário: houve testagem da população em massa. Ou seja, lá, o sistema de saúde foi em direção aos indivíduos, infectados ou não. Isso possibilitou identificar, inclusive, os casos assintomáticos. Por isso o número de novos casos (e mortes) por lá é muito mais baixo que na Itália, muito embora o país esteja geograficamente mais próximo da China que a Itália.

Em suma, fica a reflexão para o governo brasileiro e as autoridades públicas e sanitárias daqui. Precisamos aprender com os erros e os acertos de outros. Além de uma conduta proativa demonstra, acima de tudo, SABEDORIA.

Fica a dica.

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