Não percebemos.
Mas desde quando nascemos, vivemos mergulhados num "mar de ar". Esse
"mar de ar" é o ar que envolve a Terra, conhecida como atmosfera. Passamos toda
a nossa vida no fundo desse mar, exceção apenas àqueles que habitam as
montanhas e os lugares mais elevados. Mas, ainda assim, desde que a região não
seja muito elevada, o "mergulho" é o mesmo.
Na escola
aprendemos que o ar tem peso. Funciona mais ou menos assim.
Imagine que você
se jogue num rio e vá mergulhando. Na medida em que você vai atingindo
profundidades cada vez maiores a massa de água que te envolve vai pressionando
o seu corpo. No início, você não sente, mas se você continuar nessa trajetória,
a água vai ficando cada vez mais "pesada" sobre seu corpo.
Literalmente, a água do rio vai te "espremendo" cada vez mais. É a
mesma experiência de um sabonete que colocamos entre nossas mãos. Se formos
apertando o sabonete, ele literalmente será esmagado pela pressão que
exercemos. O resultado? Tente espremer um sabonete entre suas mãos e veja o que
acontece. A mesma coisa aconteceria com nosso corpo, caso estivéssemos em
grandes profundidades no meio líquido (mar ou rio), sem qualquer proteção.
Seríamos esmagados.
Dessa forma, quanto mais profundo, maior a
força que a água exerce sobre nosso corpo. Por outro lado, quanto mais próximo
à superfície do rio (ou mar), menor será a pressão.
A relação entre a pressão exercida pela
massa de ar que circunda a Terra (atmosfera) sobre o nosso corpo é a mesma. Ela
é chamada de pressão
atmosférica.
Mas...Por que não sentimos essa pressão?
Simples: pelo fato de já nascermos dentro dela, no "fundo". Ou seja,
nosso corpo já está acostumado com essa pressão, pois convivemos com ela desde
quando "nos entendemos por gente". Fazendo um paralelo com o que
acontece na nossa relação com a água, imagine que alguém tenha nascido e vivido
sempre no fundo do leito de um rio. Em condições tais - se fosse possível - o
corpo não sentiria a pressão da água, pois ele acabaria se acostumado com ela,
pois esse é o seu ambiente natural, desde o nascimento. Pense no feto humano.
Durante nove meses ele vive e sobrevive no líquido amniótico sem problema
nenhum.
Mas existe um outro motivo por que não
sentimos os efeitos da pressão atmosférica: nosso corpo é poroso, isto é, o ar que
está em volta dele circula, a todo o instante, para dentro e para fora. Ou seja, ele é altamente permeável. Isso faz com que não sintamos a
pressão do ar. Se nosso corpo fosse totalmente fechado, aí sim, sentiríamos
grandes desconfortos.
A mesma coisa ocorre com a pressão
atmosférica.
E qual é o peso dessa massar de ar sobre o
nosso corpo? A ciência mediu esse peso e chegou à conclusão que ele é de 1
kgf/cm2 (um quilograma-força por centímetro quadrado) ao nível do mar. Mas os
cientistas descobriram outra coisa: a pressão diminui na medida em que a
altitude aumenta. Eles mediram essa relação. A 3 mil metros de altitude ela é
de 0,7 kgf/cm2; a 8.840 de altura ela reduz para 0,3kgf, e assim,
sucessivamente.
Ou seja, quanto MAIOR a altitude MENOR a
pressão atmosférica. O inverso também é verdadeiro.
Entender os efeitos da pressão atmosférica
sobre o nosso corpo é muito importante. Muitas experiências e máquinas
construídas pelo homem precisam respeitar as normas dessa pressão para
funcionarem perfeitamente. Ela é muito útil, por exemplo, no processo de PRESSURIZAÇÃO E DESPRESSURIZAÇÃO das aeronaves, quando os aviões
decolam e pousam. Mas esse será um tema para um outro artigo.