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sábado, 26 de fevereiro de 2011

O QUE É PAPEL-MOEDA (OU MOEDA FIDUCIÁRIA)?

Atualmente, para comprarmos boa parte de tudo que necessitamos usamos as CÉDULAS  e  MOEDAS METÁLICAS. Como normalmente a temos em mãos (ou no bolso ou na carteira) elas são também conhecidas como MOEDA MANUAL. Mas…como nasceram as Cédulas e moedas metálicas que hoje utilizamos? Uma breve retrospectiva histórica nos ajudará a saber como elas surgiram.

Houve um primeiro momento na história da economia mundial em que prevaleceu entre nós um sistema de TROCAS DE MERCADORIAS: os homens trocavam mercadoria por mercadoria. Foi o período do ESCAMBO. Com o passar do tempo, contudo, as comunidades foram percebendo que o escambo apresentava alguns inconvenientes. De forma bem simplificada, se alguém desejasse adquirir maçãs e dispussesse de abacates, era preciso que ela se esforçasse para encontrar uma outra pessoa que tivesse maçãs e desejasse adquirir abacates. Viu-se, assim, que essa forma de comercializar devia ser logo abandonada.

Para superar esse problema os homens recorreram ao uso de METAIS NÃO NOBRES no comércio de produtos. Primeiramente, foram usados o cobre, o bronze e o ferro. Posteriormente, passou-se a adotar o ouro e a prata, isto é, os chamados METAIS NOBRES. Com o passar do tempo, contudo, os comerciantes perceberam que transportar metais gerava inconvenientes. O peso, por exemplo, era, muitas vezes, excessivo. Em razão disso, surgiram as CASAS DE CUSTÓDIA que, conforme o nome aduz, eram instituições que guardavam e conservavam os metais nobres. As casas de custódia, na verdade, são precursoras dos BANCOS, atualmente bastante conhecidos entre nós.

Cada Casa de Custódia, ao receber uma certa quantidade de metais nobres de um determinado mercador, entregava ao mesmo um CERTIFICADO DE DEPÓSITO. Esse certificado amenizou, sobremaneira, as dificuldades outrora vividas pelos comerciantes. Já não precisavam transportar pesadas quantidades de metais; bastavam transportar os CERTIFICADOS DE DEPÓSITOS. Como para cada certificado em circulação havia um correspondente quantitativo de metais depositado numa Casa de Custódia, os certificados começaram a ganhar AUTONOMIA  e CREDIBILIDADE. Assim, os comerciantes passaram a usar os Certificados como MOEDA. Caso algum comerciante desejasse comprar algo, bastava pagar com um CERTIFICADO. Surgia, então, uma nova modalidade monetária: a MOEDA-PAPEL, representada pelos Ceritificados de Depósitos, em contraposição à MOEDA METÁLICA. As denominações decorrem da natureza de cada um: o primeiro era feito de PAPEL enquanto a última era feita de METAL.

Com o tempo, contudo, os Certificados de Depósitos foram sendo gradativamente substituídos pelo PAPEL-MOEDA ou MOEDA FIDUCIÁRIA. Esta nova modalidade monetária corresponde às CÉDULAS de dinheiro que cada um de nós temos no bolso. É chamada de PAPEL-MOEDA para diferenciá-la da MOEDA-PAPEL. Por que a inversão dos termos? É que a MOEDA-PAPEL era 100 % LASTREADA enquanto o PAPEL-MOEDA NÃO TEM LASTRO NENHUM. E o que é LASTRO em Economia? Bem, LASTRO é o termo designado pelos economistas para dizer, em última análise, que cada centavo descrito na MOEDA-PAPEL estava SUPORTADO por um correspondente centavo em MOEDA METÁLICA depositado nas Casas de Custódia. Assim, a MOEDA-PAPEL era 100% lastreada, isto é, 100% segura. Ela valia não por possuir um valor em si mesma, mas porque possuía, ABAIXO DE SI, um valor correspondente, representado por metais preciosos (ouro e prata) depositados nas Casas de Custódia. O valor da moeda-papel era, portanto, RELATIVO.

No tocante ao PAPEL-MOEDA, contudo, a história era outra (ou passou a ser outra). isto porque esta nova modalidade monetária possui um valor ABSOLUTO: ela vale POR SI MESMA. Não possui, abaixo de si, nenhum correspondente valor depositado. Ela mesma já possui esse valor. Daí, a propósito, deflui uma importante característica dos papéis-moeda: possuir RESERVA DE VALOR de onde se extrai, aliás, sua outra denominação: MOEDA FIDUCIÁRIA, isto é, aquela 'QUE DEMONSTRA CONFIANÇA". Podemos, portanto, confiar nela.


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